terça-feira, 26 de abril de 2011

Chamado de ministra de louvor


Nas Igrejas, normalmente os levitas dedicavam seu louvor e adoração ao Senhor sempre pensando que unção do Espírito Santo por si só já era o suficiente. A Unção realmente é necessária para que o Espírito Santo se manifeste em nós através do Louvor e Adoração a Deus.
Mas, será que a nossa dedicação ao Ministério também não conta? Será que o nosso esforço de melhorar cada vez mais através do estudo da Palavra, ao que conta no crescimento espiritual, como também o estudo ténico para um melhor conhecimento e domínio daquilo que temos em nossas mãos não conta para darmos o melhor de nós a Deus?
Diante de tal pergunta, quero mostrar um pouco da necessidade de estudarmos os padrões técnicos no Ministério de Louvor e Adoração.
QUALIDADE TÉNICA DO LOUVOR É IMPORTANTE
Você já imaginou cantar músicas de Louvor e Adoração sem ter feito um ensaio prévio, sem ter sido preparado uma harmonia, sempre tocando aquele “feijão com arroz” como determinados Ministérios de Música em algumas igrejas fazem? Será que Deus se agrada disso? Todos nós que somos chamados pelo Senhor a algum Ministério, devemos ter em mente 3 coisas importantes:
  1. Deus nos chamou e devemos dedicar tempo ao Ministério a que fomos chamados: nesse tempo, além de orarmos para pedirmos que Deus nos dirija através do Espírito Santo, devemos também dedicarmos tempo para o estudo. Nesse período devemos ter acima de tudo disciplina que é a essência do aprendizado para depois termos Decisão naquilo que faremos durante o Louvor.
  2. Devemos nos dedicar cada vez mais através de treinamento para podermos levar ao Senhor o melhor que podemos dar através daquilo que cantamos ou tocamos. Os ensaios também são muito importantes: devemos ensaiar exaustivamente até termos a música exatamente como ela é.
  3. Deus exige que tenhamos habilidade, ou seja, toquemos bem o instrumento: em Samuel 16.17-18 vimos que o Rei Saul pede que tragam diante dele um “homem que toque bem” para afastar um espírito maligno que o possuía. Esse “homem” era Davi. Podermos ver que Deus só se agrada daqueles que aprimoram suas habilidades para levar diante do Senhor tudo o que temos. Os talentos são dados por Deus quando nascemos não para que o enterremos, mas para que o façamos crescer em nós para depois dá-los ao Senhor com juros. E o Senhor se agradará de nós.
O Sl 33:3 nos diz: “Cantai-lhe um cântico novo, tocai bem e com júbilo”.
A TÉCNICA NOS LEVA A SERMOS MESTRES
Vemos no livro de Crônicas que os levitas representavam os músicos (ICr 15.22; 16.4-5 e que eram escolhidos por Deus pela sua habilidade (ICr 15.16-19) e consagrados, isto é, viviam exclusivamente para levar o povo de Deus em adoração. Isto nos leva a termos consciência do nosso chamado como verdadeiros adoradores, sermos cheios do Espírito Santo e sermos comprometidos com a Igreja local e a sua missão. Todo este comprometimento com a obra nos leva a sermos mestres, ou seja, que tudo aquilo que aprendemos devemos passar aos futuros Ministros. Por fim, levantamos discípulos para que a obra do Senhor não pare na Igreja devido à nossa falta de conhecimento ou por sermos relapso com o Ministério. O Senhor mesmo disse “levantai discípulos”. Mas para isso devemos ter total consagração ao Ministério e ao Senhor. Lembre-se: quando levantamos discípulos traremos unção dobrada à Igreja.
CONCLUSÃO
A técnica é como um copo d’água e a unção a água. Bem, se o copo for pequeno, a unção será pouca. Mas se o copo for maior, a unção também será cada vez maior e maior. Quanto maior for o copo, mais cheia da unção ele ficará.
Por isso irmão, lembre-se: Deus usará você com aquilo que você tem. Se você não procurar aumentar o que você tem, de nada adiantará. Você será substituído por outro que esteja melhor preparado. Mas, o Senhor é fiel àquele que se dedica à sua obra. Por isso, seja um levita legítimo e seja substituído não pelo seu relapso, mas sim por ter levantado discípulos com unção dobrada dentro da Igreja a que congrega e o seu galardão no céu será grandioso na presença do Senhor.
Louvai ao Senhor ao som da trombeta, com o sautério e a harpa. Louvai ao Senhor com o adufe e a flauta, com instrumentos de cordas, com símbalos sonoros e vibrantes. Todo ser que respira, louve ao Senhor.
Sl 150.3-6

chamado de pastora


Ordenação de mulher para ser pastora : tema de debate entre os protestantes ao redor do mundo. O que a Bíblia diz sobre este assunto?


Ordenação de mulher para ser pastora : tema de debate entre os protestantes ao redor do mundo. O que a Bíblia diz sobre este assunto?

A Bíblia ensina que a obra de Deus pode e deve ser feita por todos os que têm compromisso com Ele e seguem fielmente os ensinos de Sua Palavra (“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum.” Lucas 10.19)

Agora nada nem ninguém a impede de ser uma pregadora do Evangelho, ou seja, de repartir com as pessoas que a cercam o que você tem aprendido da Palavra; não é preciso ser pastor para fazer isto.

Onde está escrito que as mulheres não podem ser pastoras? A Bíblia as proíbe de exercerem autoridade sobre o marido delas, não de ministrarem a Palavra

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. “ 1 Corintios 14:26-31;

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.“ Gálatas 3:28













                                                           
COMO ME TORNAR PASTORA

Se você tem um chamado para ser pastora, ou seja, foi ressaltado para você através da revelação recebida do Senhor através da Palavra de Deus, seu pastor deve ser a primeira pessoa com quem você vai conversar sobre seu chamado. Ele vai orientá-la.

Medite em Atos 13 e veja que a chamada é sempre confirmada pelos líderes da igreja e não apenas o desejo do coração de quem se sente chamado.

“E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador. E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus, O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul. Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Disse: O filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor. E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém. E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se; E, depois da lição da lei e dos profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Homens irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai. E, levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Homens israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi: O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso os tirou dela; E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos. E, destruindo a sete nações na terra de Canaã, deu-lhes por sorte a terra deles. E, depois disto, por quase quatrocentos e cinqüenta anos, lhes deu juízes, até ao profeta Samuel. E depois pediram um rei, e Deus lhes deu por quarenta anos, a Saul filho de Quis, homem da tribo de Benjamim. E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade. Da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel; Tendo primeiramente João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento. Mas João, quando completava a carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo; mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés. Homens irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação. Por não terem conhecido a este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as vozes dos profetas que se lêem todos os sábados. E, embora não achassem alguma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura; Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos. E ele por muitos dias foi visto pelos que subiram com ele da Galiléia a Jerusalém, e são suas testemunhas para com o povo. E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus; Como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei. E que o ressuscitaria dentre os mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei. Por isso também em outro salmo diz: Não permitirás que o teu santo veja corrupção. Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, foi posto junto de seus pais e viu a corrupção. Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu. Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas: Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; Porque opero uma obra em vossos dias, Obra tal que não crereis, se alguém vo-la contar. E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas. E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé; os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus. E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava. Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios; Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, A fim de que sejas para salvação até os confins da terra. E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna. E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província. Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos. Sacudindo, porém, contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio. E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo. “ Atos 13

Para pregar não existe idade nem tampouco condição matrimonial, mas sim chamada. Se o Senhor Deus quiser que você seja um pregador totalmente dedicado ao Evangelho,

Ele mesmo vai chamá-lo e você vai ter disto certeza absoluta em seu coração. Portanto, se você não se sente à vontade para pregar, tudo certo. Prepare-se em oração e no estudo das Escrituras. Na hora certa, se você tiver a chamada, saberá o que fazer.

Uma mulher pode pastorear sim, acima de uma comissão de presbíteros e diáconos do sexo masculino, e até mesmo acima de seu marido (dentro da igreja, é claro), ser pastora de uma igreja que o marido congrega, pois o ministério pastoral é um dos ministérios vocacionais dados à igreja

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; “ Efésios 4:11-12

Não é o único nem o principal, pois todo o comando no Corpo de Cristo vem da Cabeça, que é Jesus, não de algum ministério.

Por conta de nossa cultura e história, a figura do pastor acabou se confundindo com a de chefe, gerente, diretor ou coisa semelhante, quando, nos tempos bíblicos, o pastor era a pessoa encarregada de apascentar, isto é, de alimentar e zelar pelas almas do rebanho.

As restrições bíblicas à mulher exercer autoridade ou ensinar referem-se ao papel dela como esposa em relação a seu marido. Em outras palavras, a Bíblia condena a mulher querer dirigir ou governar a casa no lugar do marido. Na igreja, o marido é um membro como outro qualquer e a mulher idem. Ambos podem profetizar, por exemplo

“Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. “ 1 Corintios 14:31.

Deus abençoe a todos os leitores e Ele conceda a cada um de nós o entendimento dEle a respeito de todos e quaisquer assuntos.

Em Nome de Jesus.



Mônica Gazzarrini

Renascida em Cristo desde 2004, estudiosa do Evangelho, escritora, administradora de empresas, contabilista, especialista em marketing.

Visite os artigos e livros da escritora sobre a caminhada com Deus em:

http://bencaossemlimites.blogspot.com/
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http://www.artigonal.com/authors_49432.html


“Jesus Cristo é o Senhor”








Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
A MULHER PODE SER PASTORA? parte 1 publicado 16/08/2010 por Monica Gazzarrini em http://www.webartigos.com



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/45160/1/A-MULHER-PODE-SER-PASTORA-parte-1/pagina1.html#ixzz1KdKOyTs3

domingo, 17 de abril de 2011

BEM AVENTURANÇAS

Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados
os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados
os mansos, porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados
os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados
os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados
os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados
os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados
os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados
sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Mt 5:  1- 11

Há várias teorias que tentam explicar o sermão do monte.
Para alguns estudiosos o sermão do monte é um ‘evangelho' exclusivo do reino de Jesus. Outros compreendem que o sermão apresenta princípios éticos e morais pertinentes ao reino do Messias. Geralmente fazem um comparativo entre a degradação moral do gênero humano e os princípios anunciados no sermão.
Diante das análises e de algumas contradições, ficam as questões: O sermão do monte é um conjunto de normas e princípios de cunho ético e moral? É um estatuto do reino de Cristo? Basta praticar o que Jesus anunciou e o homem terá direito ao reino dos céus?
Para compreendermos a mensagem de Jesus, é necessário observarmos alguns versículos do Antigo Testamento e a dinâmica do aprendizado da Escritura naquela época. Dentre vários versículo destacamos:

Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o escudo do teu socorro, e a espada da tua majestade; por isso os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas” Dt 33: 29;

“Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia”
Sl 65: 4;

Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios” Sl 34: 8;

Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados” Sl 84: 5.

 Jesus havia percorrido toda a Galiléia curando os enfermos, ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho. A noticia de suas ações percorria todas as cidades. Uma grande multidão vinda de várias cidades o seguia Mt 4: 25.

Vendo Jesus a grande multidão subiu a um monte e assentou-se Mt 5: 1; os seus discípulos aproximaram-se e ele passou a ensiná-los!
A fama de Jesus havia criado uma expectativa na multidão, e quando Jesus falou sobre a bem-aventurança, materializou-se a esperança dos ouvintes. Anos após anos os pais anunciavam aos filhos uma época de alegria plena, mais ainda não tinham experimentado da alegria prometida por Deus.

Qual a mensagem Jesus transmitiu ao povo no sermão do monte? Sobre que alegria Jesus falou? Que esperança foi transmitida? A alegria prometida dependia do cumprimento de mais normas e regras?
Conheça um pouco mais sobre este importante sermão!

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.

 

As pessoas ao ouvirem: “Bem-aventurados...”, logo fizeram conexão com algumas das citações bíblicas. Será que Ele comentará um dos Provérbios? Será que ele citou Salmos? Ou a abordagem dele será extraída da lei?

A bem-aventurança é um tema que prendeu a atenção dos ouvintes de Jesus e em nossos dias ainda cria expectativa nos leitores. Afinal, quem não quer ser bem-aventurado?

Quando Jesus complementa: “Bem-aventurados OS POBRES...” a mensagem toca ainda mais os ouvintes. Esta seria uma mensagem inesquecível, pois tocou a emoção do povo: "Será uma revolução social? É agora que alcançaremos a hegemonia política e a paz prometida?".
A promessa de alegria aos pobres é plenamente compreensível, mas o que entender do qualificativo adicionado ao substantivo pobre? “Bem-aventurados os pobres de espírito...”. Quem são os pobres de espírito?
Jesus estava rodeado de pobres de várias cidades circunvizinhas. Se a mensagem fosse somente: ‘bem-aventurados os pobres’, ela seria aceita e ovacionada pela multidão! Jesus teria conquistado os seus ouvintes e mais seguidores. Mas, como um povo que professava 'a melhor' religião, com princípios éticos e morais intocáveis e que se consideravam filhos de Abraão  poderia aceitar ou reconhecer ser um ‘pobre de espírito’?
Como alguém observador da lei reconheceria a condição de pobreza espiritual?
No Antigo Testamento não consta o conceito ‘pobre de espírito’. Mas, Aquele que representava uma esperança de mudança na condição do povo, apresenta um novo conceito e uma necessidade de reconhecer uma condição que caracteriza os pecadores ou os incircuncisos. Como um filho de Abraão poderia reconhecer que era pobre de espírito?
Jesus completou a frase: “...porque deles é o reino dos céus”. Muitos se perguntaram: De quem é o reino dos céus? Dos pobres de espírito?
Além do mais, o povo estava a procura de curas, de pães, de peixes, de um reino terreno, mas Jesus estava falando de um outro reino: do reino dos céus!
Onde fica este reino? O que é o reino dos céus?
Para responder essas perguntas devemos observar a mensagem que foi anunciada desde o nascimento de Cristo: “E, naqueles dias, apareceu João batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céusMt 3: 1- 2; “Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus Mt 4: 17.
Verifica-se que o reino dos céus diz da pessoa de Cristo, como profetizou Isaias e reafirmou João Batista: “Porque este é o anunciado pelo profeta Isaias, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas Mt 3. 3.
Quando Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”, Ele não estava denunciando a moral do povo. Ele não estava apregoando um reino humano Jo 18. 36. Também não estava em busca de uma melhoria na condição socioeconômica do povo Jo 12. 8. Antes Jesus estava se apresentando ao povo por parábolas.
Com a sua mensagem, Jesus expôs ao povo que Ele é o acesso ao reino dos céus, e que todos aqueles que reconhecessem que eram pobres de espírito, estes seriam bem-aventurados. Aqueles que reconhecessem a precária condição espiritual que se encontravam, a estes pertenciam o reino dos céus, que é Cristo. Eles precisavam reconhecer que eram necessitados espiritualmente.
Enquanto queriam pão, Jesus estava apresentado o pão vivo que desceu dos céus. Enquanto buscavam um reino, Jesus estava lhes abrindo a porta do reino dos céus. A relutância em aceitar a condição de necessitados espiritualmente persistiu até mesmo entre os discípulos que criam nele: "Responderam eles (os judeus que criam nele): somos descendentes de Abraão, e jamais fomos escravos de ninguém" João 8: 31- 33.
Eles acreditavam estar abastados espiritualmente por serem descendentes de Abraão. Ao se auto proclamarem como filhos de Abraão, os judeus estavam cônscios de que eram filhos de Deus Jo 8: 41. Ser filho de Abraão para eles era o mesmo que ter a filiação divina. Por isso João Batista disse que das pedras Deus poderia fazer filhos para si. Em razão desta crença os judeus não admitiam que eram escravos de ninguém, uma vez que se admitissem ser escravos, era o mesmo que admitir que alguém havia conquistado o próprio Deus João 8: 33.
 
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados

O sermão prossegue: “Bem-aventurados OS QUE CHORAM...”. A bem-aventurança depende da emoção humana? O choro como conseqüência direta de uma emoção humana concede o favor de ser consolado?
Não! A idéia apresentada neste versículo complementa a anterior.

O choro denota a condição de impotência frente a questões impossíveis. Após reconhecer a condição de miserabilidade espiritual, a reação do homem é o choro.
A única ação de um miserável é o choro, e estes serão consolados!
Para que o abatido seja consolado, é preciso que habite com alguém que lhe arranque da miséria: “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” Is 57: 15; Sl 51: 17 .
Compare:
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” Mt 5: 3.
“...como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos Is 57: 15.
O salmista quando pedia perdão ao Senhor disse: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto" Sl 51: 10.
Quem haveria de consolar os que choram? Os que choram serão consolados por Aquele que tem o reino dos céus. É Ele que enxugará todas as lágrimas
!
A resposta está em Isaias: “O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes Is 61: 1- 2.
 
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

A mensagem de Jesus possivelmente formou um impasse na mente dos ouvintes: Moisés, o homem mais manso da terra não conseguiu herdar a terra, como herdar a terra se os ouvintes não se consideravam maiores que Moisés “E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” Nm 12: 3.
Se Moisés, considerado um dos homens mais manso da terra, não conseguiu herdar a terra, qual a intenção de Jesus ao declarar que os mansos são felizes?
Mas a pergunta persiste: Quem são os mansos? Qual é a terra a se herdar?
E os mansos terão gozo sobre gozo no SENHOR; e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel Is 29: 19.
Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao SENHOR os que o buscam; o vosso coração viverá eternamente” Sl 22: 26.
Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundancia de paz” Sl 37: 11.
À exemplo do Antigo Testamento as bem-aventuranças decorre do Senhor de Israel, mas, como alcançar tamanha alegria e ainda herdar a terra? E qual terra?
Jesus é a resposta: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almasMt 1129.
“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
“....aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas
Observe a relação entre os dois versículos: aqueles que se deixarem instruir por Jesus, o Mestre por excelência, estes serão felizes por alcançar o prometido, descanso para as almas. Estes serão bem-aventurados por alcançar o prometido: a promessa de herdar a terra equivale ao descanso para a alma para aqueles que se deixarem instruir.
Quando Jesus falou ‘bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra’, não foi com o intuito de concitar os ouvintes a que tivessem uma personalidade semelhante ou superior a de Moisés.
A mansidão que Jesus faz referência não é comportamental, antes é a mansidão vinculada ao coração, ou a nova natureza do homem. Após o homem aprender de Jesus haverá uma transformação na natureza do homem, e estes receberão a plenitude de Cristo, e serão semelhantes a Ele: mansos e humildes de coração Cl 2: 10.
Quando Jesus afirmou que os mansos herdarão a terra, Ele não fez referência a elementos deste mundo, mas ao descanso preparado por Deus. A 'terra' representa um lugar de descanso que Deus preparou para os que aprenderem daquele que é por excelência manso de coração "Ora, nós, os que temos crido, entramos no descanso..." Hb 4: 3- 10.
A terra prometida no Antigo Testamento estava atrelada a idéia de descanso, e no Novo Testamento a referência a terra diz de coisas melhores: do descanso de Deus. Aqueles que aprenderem com Cristo, estes terão descanso para as suas almas.
Aquele que encontra descanso para a sua alma em Cristo não receberá como herança um torrão de terra, antes será herdeiro de novos céus e nova terra “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” II Pe 3: 13 .
O apóstolo Pedro ao referir-se aos mansos de coração, não fala do homem natural, mas daquele homem que não conseguimos visualizar, aquele ‘encoberto no coração’, do homem regenerado, que possui um incorruptível traje de um espírito manso e quieto “Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é  precioso diante de Deus” I Pe 3: 4.
O que é precioso diante de Deus? O que possui valor para com Deus? Segundo o apóstolo Paulo o que tem valor, o que tem virtude diante de Deus, é o ser uma nova Criatura: “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor” Gl 5. 6;  “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura Gl 6: 15.
Como a fé 'vem pelo ouvir', e o 'ouvir pela palavra de Deus', quando Jesus diz que devemos aprender dele, é porque o seu ensino produz fé que faz os seus ouvintes alcançar uma nova vida com direito a ser herdeiro com Cristo. Como Cristo descansou de suas obras, como herdeiros de Deus, os de novo gerado alcançam a bem-aventurança.
Através da regeneração o homem adquire a natureza de Cristo, ou seja, é gerado segundo Deus um novo homem em verdadeira justiça e santidade, características pertinentes a pessoa de Cristo. Somente através do novo nascimento o homem torna-se humilde e manso de coração.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

Percebe-se que Jesus não estava se referindo à justiça que é administrada nos tribunais dos homens! A abordagem de Jesus em momento algum teve objetivos político. Jesus não estava preocupado com os problemas atrelados as injustiças sociais. Jesus não estava promovendo mais uma obra de caridade.
Em momento algum Jesus expôs os princípios anunciados pela teologia da libertação em que a prática de justiça esteja atrelada a transformações de ordem econômicas, social e políticas. Em momento algum Jesus demonstra que a bem-aventurança dependa de transformações sociais ou que se fundamenta nas relações sociais.
Jesus não estava promovendo diretamente a prática da fraternidade, o equilíbrio nas relações no exercício do poder ou incentivando a partilha de bens no intuito de equilibrar a distribuição de riquezas.
Não! O sermão do monte trata de questões eminentemente espirituais.

Se Jesus estivesse promovendo a solidariedade humana como requisito para se alcançar a verdadeira alegria, ele não teria protocolado um veemente protesto aos seus ouvintes:
“Porque vos digo que,
se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” Mt 5: 20.

Você já observou o conceito dos fariseus e dos escribas frente a multidão? Para o povo os fariseus e os escribas eram o que a sociedade tinha de melhor. Porém, a análise de Cristo é diferente: “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” Mt 23: 28.
Os religiosos pareciam justos, mas a natureza deles era incompatível com a divina: estavam plenos de iniqüidade.
Como seria possível as obras dos ouvintes de Jesus alcançar uma posição maior em relação aos fariseus e saduceus? Como entender o ter fome e sede de justiça? Onde os ouvintes de Jesus encontrariam fartura de justiça?
Se conseguirmos responder a estas perguntas, estaremos bem próximo de entender todos os conceitos apresentados por Jesus no sermão do monte.

Jesus não se ocupou em estabelecer um novo padrão de conduta para os seus ouvintes. Também não foi oferecido felicidade e alegria com base nas emoções e motivações humanas.

A felicidade do homem neste mundo envolve outros aspectos e não está vinculado ao que Cristo apregoou no sermão do monte “Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a” I Pd 3: 10- 11.

Se alguém procura a felicidade deste mundo, basta seguir o que disse o apóstolo Pedro, ao citar o Salmo 34: 12- 14. Basta ter uma vida correta diante da sociedade que o homem terá uma vida tranqüila e sossegada em muitos aspectos.
O que Jesus oferece através das bem-aventuranças vai além das perspectivas humanas e não se refere a este mundo. A missão de Jesus é resgatar os pobres de espírito, sem qualquer referência aos valores humanos, personalidade, caráter, moral, etc. Todos estes elementos sofrem transformações ao longo do tempo, e difere de sociedade para sociedade.
Os valores de hoje são totalmente diferentes dos valores de cem anos atrás. O caráter e a moral sofreram transformações e se adequou a sociedade moderna. Se a salvação estivesse apoiada nestas questões circunstanciais, qual seria o padrão correto de conduta nestes séculos de história da igreja? 
Jesus não apoiou a sua doutrina no homem ou em seus méritos. A doutrina de Jesus não faz acepção de pessoas, de condição social, de épocas ou de cultura. A mensagem de Jesus é a mesma para os pobres e para os ricos. Ambos precisam reconhecer a miséria espiritual que se encontram.
Todos os homens precisam arrependerem-se e o primeiro passo está em reconhecer a condição de miséria espiritual e a necessidade de socorro divino. Todos os homens estavam mortos em delitos e pecados, sem qualquer distinção entre eles.

A próxima bem-aventurança anunciada por Jesus encera um desejo de mudança. Diante da condição de miséria espiritual, quando o homem reconhece a sua real condição, resta  somente o choro, e a obra a ser realizada para mudar este quadro fica na dependência de Deus.
Aqueles que se deixam instruir por Jesus, o manso e humilde de coração, livram-se da condição de miséria espiritual conforme foi apregoado tempos depois “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” Jo 8: 31- 32.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
 
Ainda persiste as perguntas: Como ter fome e sede de justiça? Onde encontrar fartura de justiça? A resposta para estas perguntas nos fará compreender melhor os conceitos apresentados por Jesus no sermão do monte.
"Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi" Is 55: 1- 3.
O paradoxo perdura: Diante de uma multidão faminta e sedenta Jesus declara que aqueles que tem fome e sede são felizes. As necessidades básicas dos ouvintes de Jesus eram evidentes. Porém, Jesus não se atem a problemática social. O fato de não ser tolerante às injustiças sociais não aproxima o homem de Deus. Promover projetos de cunho social não é o caminho que conduz aos céus.
Em um mundo em crise social, econômica, política, familiar, etc, as pessoas desejam mudanças urgentes e clamam por justiça, mas esta 'fome' e 'sede' de justiça não é a que traz a verdadeira felicidade. A mensagem do evangelho não coaduna com a teologia da libertação.
Somente os pobres de espírito tem sede e fome de justiça. Os 'ricos' espirituais são aqueles que consideram-se justos diante de Deus. São aqueles que se justificam por meio de suas ações diante dos homens.
Os pobres nada tem neste mundo para sentirem-se seguros, mas eles terão o reino dos céus. Somente os pobres de espírito sentem fome e sede de justiça, e em Deus serão fartos. Aquele que concede o reino dos céus é justo e justificador, e somente ele pode satisfazer o que é exigido pela sua justiça.
O profeta Isaías há muito tempo anunciou aos pobres que bastava vir e comprar o melhor que se podia oferecer: vinho e leite. Que convite! Que alegria! Os pobres foram convidados a terem o que as suas posses não podiam arrematar.
Porém, o profeta protesta: "Porque gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?". A quem o profeta se referia? Aqueles que consideravam não ter sede e fome! Aqueles que consideravam ter trabalhado o bastante para satisfazer as suas necessidades. Estes trabalharam em vão.
Os pretensos ricos estavam gastando naquilo que não podia satisfazer a necessidade essencial do homem.
Mas, de que maneira os pobres de espírito podem saciar a fome e a sede? A resposta é bem simples: "Ouvi-me atentamente... Inclinai os vossos ouvidos...". Simples assim ser abastado de justiça? É isso que o profeta Isaías disse: Todos que ouvirem atentamente a palavra de Deus, estes comerão o que é bom, o melhor! O que pode fazer deleitar a alma.
Qual é o deleite da alma? O que a palavra de Deus pode suprir? "Ouvi, e a vossa alma viverá". Se o homem tem sede e fome de justiça, ela será saciada a partir do momento que se obter da vida que há em Deus. Só após tornar participante da natureza divina o homem estará abastado de justiça.
Não é o trabalho do homem que satisfaz a necessidade da alma. Não é doações, não é pratos de sopas, não é reconhecendo os erros do dia-a-dia, não é fazendo sacrifícios que o homem irá satisfazer a necessidade primária da criatura de Deus.
O que satisfaz a necessidade dos homens é o fruto do trabalho de Deus: “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si” Is 51: 11.
O fruto do trabalho do servo do Senhor se resume em conhecimento. Conhecimento é transmitido através da palavra! O trabalho do Senhor é realizado por meio da sua palavra, e todos que participarem do fruto oferecido, terá nova vida.
Após aprender daquele que é humilde e manso de coraçãoTomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas Mt 11: 29, o homem encontrará descanso e o verdadeiro alimento para a alma.
Cristo não estava preocupado com a miséria socioeconômica do povo. A falta de moradia não era a causa ou a bandeira do evangelho. O evangelho social não estava em voga no discurso do Messias.
Cristo levou a iniqüidade de todos nós, mas é o conhecimento transmitido por Ele que nos justifica. Ou seja, quando Paulo diz que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus, nada mais é do que aprendermos com Aquele que é manso e humilde de coração.
Através do conhecimento adquirido vem a fé, e por meio da fé podemos agradar a Deus. Após adquirir vida através da palavra de Deus, adquirimos um espírito manso, somos justificados, ou seja, declarados justos diante de Deus.
Não é o caráter do homem que é transformado. O homem não recebe uma moral 'nova' ao adquirir o conhecimento do Santo. Antes, o homem tem o seu ser criado novamente em verdadeira justiça e santidade Ef 4: 24, e a sua alma alcança descanso no Bom Pastor.
Aqueles que entram por Cristo haverão de entrar, sair e achar pastagem. Estes estão de posse do descanso prometido por Deus Jo 10: 9; Sl 23.
Através do evangelho de Cristo o homem descobre a justiça de Deus Rm 1: 17. Ao se alimentar das promessas contidas no evangelho, o homem alcança maravilhosa fé que provem de Deus e passa a ter vida dentre os mortos.
O ladrão na cruz foi justificado ao refugiar-se em Cristo após reconhecer a sua miséria. Ele não tentou agarrar-se a vida aqui, mas implorou pela futura Mt 10: 39. Talvez aquele homem nunca desejou a justiça dos homens. Talvez ele sempre foi um excluído da sociedade. Mas, um único encontro com a justiça de Deus revelada aos homens foi o suficiente para que um pobre de espírito obtivesse a vida eterna. 

Jesus continuou a falar da necessidade em se ter fome e sede de justiça em contraste com a situação dos fariseus e saduceus “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” Mt 5: 20.
Somente aqueles que se alimentam da palavra de Deus têm em si a justiça maior, que ultrapassa em muito a dos fariseus. Basta o homem reconhecer a sua pobreza espiritual que Deus não negará o alimento necessário que produz nova vida “Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” Is 55: 10- 11.
Para os homens, os fariseus e os escribas representava o que a sociedade tinha de melhor, mas a análise de Cristo é diferente: “Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” Mt 23: 28.
Só em Cristo é possível obter a justiça que vem de Deus. Após ser justificado por meio de Cristo o homem obtém o direito de entrar no reino dos céus.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Por que os misericordiosos alcançarão misericórdia? É uma das qualidades que devemos ter? Jesus estava incentivando o perdão entre os seus ouvintes? Se não demonstramos misericórdia aos nossos semelhantes não obteremos da misericórdia de Deus?
A misericórdia aqui prometida não refere-se a misericórdia que devemos oferecer aos nossos semelhantes. Ser compassivo com o próximo não habilita ninguém a receber a misericórdia divina. A experiência demonstra que ao sermos cordiais com os nossos semelhantes teremos uma vida melhor nesta terra, mas isto não significa que obteremos misericórdia de Deus porque exercermos misericórdia.
Só é bem-aventurado aquele que alcança a misericórdia divina, pois toda bem-aventurança advém de Deus. Porém, tal bem-aventurança não esta condicionada ao comportamento humano.
Daí surge à questão: Como ser misericordioso para alcançar misericórdia? Se com Deus não barganha?
O que Jesus ensinou não se compara aos ensinamentos budistas, espiritualistas, etc. Jesus não falou na reciprocidade necessária ao tratamento humano. Ele não se ocupa em tratar de questões comportamentais como o fazem as várias religiões pelo mundo.
Jesus está tratando desde o início do sermão de questões exclusivamente espirituais e este versículo não é exceção: Observe este salmo: “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano” Sl 32: 1- 2.
Ser misericordioso é condição que decorre do novo nascimento, onde o justificado passa a ser semelhante a Cristo. Tal semelhança não se manifesta na conduta, mas decorre da nova natureza.
Todo aquele que é instruído por Jesus passa a ser manso e humilde de coração; aquele que se alimenta dos ensinos de Cristo passam a ser fartos de Justiça, pois são criados em verdadeira justiça e santidade; aqueles que recebem de Deus misericórdia, passam a condição de misericordiosos.
A misericórdia de Deus é demonstrada em perdão. Deus não imputa maldade àqueles que são alvos de sua misericórdia. Como? O salmista responde:
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”
Quem é bem-aventurado? A resposta é aquele! Aquele quem? O transgressor, o pecador! Se o transgressor, o pecador, é quem recebe a dádiva de Deus, percebe-se que o salmista fala do velho homem. O homem precisa de perdão, mas para isso a velha natureza precisa ser coberta na morte com Cristo.
O transgressor é alvo do perdão divino desde que seja satisfeita uma condição da retidão e da justiça divina: a alma que pecar, esta morrerá! Ou seja, se você é pecador só cessará do pecado após morrer com Cristo. Este é o novo e vivo caminho que nos foi aberto pelo corpo de Cristo.
O versículo citado acima aponta para o homem não regenerado.
Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano”
O homem cuja transgressão é perdoada, após receber o perdão, estará na condição apresentada neste verso: O Senhor não lhe imputará maldade, e em seu espírito não haverá engano, visto que foi de novo criado, segundo Deus, em verdadeira justiça e santidade.
Estes dois versículos apontam duas situações distintas de um mesmo homem. Bem-aventurado é o homem: a) cujo pecado é coberto, e : b) cujo espírito não há engano. Este é o novo homem e aquele o velho homem.
O novo homem gerado em Cristo não tem maldade a ser imputada. Se tivesse, é certo que seria imputada, pois Deus não tem o culpado por inocente. Só o novo homem não possui engano ou falsidade em sua natureza.   
Quando o apóstolo Paulo recomenda aos cristãos serem misericordiosos, ele está abordando questões comportamentais pertinentes aos cristãos, mas o tema não é o mesmo apresentado por Jesus “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” Ef 4: 32.
Agora, quando Cristo diz: “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” Lc 6: 36, ele está falando do mesmo tema apresentado na bem-aventurança. O homem é bem-aventurado quando alcança a  filiação divina. As condições necessárias para que o homem seja verdadeiramente misericordioso só é possível àquele que Deus recebe por filho.
Observe o que Jesus ensinou: “E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas”;
Porém aos abastados espiritualmente diz:“Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis. Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas”;
E Jesus passa a alertar os seus ouvintes:
“Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam. Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”;
Observe que é impossível ao homem alcançar o padrão de comportamento descrito acima, mas é plenamente possível a qualquer homem o comportamento descrito abaixo?
“E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto”;
Jesus recomenda um novo padrão de comportamento aos seus ouvintes?: “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”;
A nova forma de comportamento demonstra que o homem está de posse da filiação divina. As questões comportamentais não levam o homem a alcançar a filiação divina, mas quando se alcança a filiação por meio de Cristo, o homem terá em si as condições necessárias para ter um comportamento a altura de sua nova condição.
Quando Jesus disse: “Sede, pois,  misericordiosos...” o que realmente ele recomendou? A resposta encontra-se na parábola:E dizia-lhes uma parábola: Pode porventura o cego guiar o cego? Não cairão ambos na cova? O discípulo não é superior a seu mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre. E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”;
Jesus recrimina os lideres religiosos judeus: eles eram cegos guiando uma multidão de cegos. Qualquer um que aprendesse com um fariseus, o máximo que alcançaria era ser um fariseu.
A perfeição que alguém poderia alcançar aprendendo de um fariseu seria:  “... exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” Mt 23: 28. 
"Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca"  
Por meio de parábolas Jesus evidência um princípio pertinente ao evangelho: só é possível um homem produzir o bem a partir do momento que ele estiver ligado a oliveira, que é Cristo.
Aquele que não está em Cristo obrará o mal sempre, e aquele que em Cristo estiver produzirá segundo a espécie da sua boa árvore, o bem. A transformação que se opera na natureza transbordará além do coração. O homem poderá tirar o bem do bom depósito.
"E por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo? Qualquer que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante: É semelhante ao homem que edificou uma casa, e cavou, e abriu bem fundo, e pós os alicerces sobre a rocha; e, vindo a enchente, bateu com ímpeto a corrente naquela casa, e não a pode abalar, porque estava fundada sobre a rocha. Mas o que ouve e não pratica é semelhante ao homem que edificou uma casa sobre terra, sem alicerces, na qual bateu com ímpeto a corrente, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa".
Toda obra que o homem edifica se não estiver alicerçada em Cristo, nada representa para Deus. O exemplo da árvore e da casa alicerçada versa sobre os mesmos princípios.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Observe que após a segunda bem-aventurança ocorreu uma mudança sutil na composição do texto. No início do sermão Jesus destaca a necessidade daqueles que são bem-aventurados: pobres e que choram. Ele destacou a necessidade e o que alcançaram: o reino dos céus e o serem conciliados. 
Deste ponto em diante Jesus passou a destacar a nova condição daqueles que já haviam alcançado o reino dos céus e estavam consolados. Jesus passa a descrever os bem aventurados como mansos, misericordiosos, puros de coração, pacificadores, etc.
Só é possível ver a Deus quando se está limpo de coração, e a palavra de Deus tem esta função, remover todas as impurezas. Por meio da palavra do evangelho os discípulos estavam limpos. De igual forma, todos quantos ouvirem do evangelho e crerem em Cristo também estão limpos: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” Jo 15: 3.
Quem são os limpos de coração? Como alcançar esta condição?
Os limpos de coração são aqueles que ouviram e aprenderam de Cristo, que é manso e humilde de coração. Os limpos de coração são aqueles que alcançaram a condição de filhos de Deus, uma vez que morreram com Cristo e ressuscitaram com Ele uma nova criatura.
O novo homem é criado através do poder de Deus que o evangelho contém, e por meio desta nova criação o homem passa a ter um novo espírito e um novo coração, limpo de impurezas Rm 1: 16; Jo 1: 12- 13. Estes são os Regenerados.
Alguém pode questionar: Como é possível ver a Deus? João responde: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” Jo 1: 18.
Aqueles que são instruídos por Cristo verão a Deus, pois estão completamente lavados peal palavra do evangelho.
          
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Jesus dá outro título aos bem-aventurados: pacificadores!
Quem são e o que é ser um pacificador? Seria aqueles que repudiam a guerra? Não!
Os pacificadores são aqueles que levam as boas novas de paz. Aqueles que anunciam que Deus está em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo! Estes são os pacificadores “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pós em nós a palavra da reconciliação II Co 5: 19.
Aqueles que cumprem o ide de Jesus, estes são os pacificadores. Jesus, o Filho de Deus foi enviado ao mundo para proclamar a palavra da verdade:
“O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presosIs 61: 1.
Todos quantos recebem a mensagem do evangelho também são comissionados a levar as boas novas de salvação. Além da incumbência maravilhosa de anunciar o evangelho o Cristão é agraciado com a filiação divina.
Somente os filhos de Deus, os de novo nascido, podem levar a semente da palavra da verdade. Isto porque eles são nascidos da semente incorruptível, e o que anunciam, o fruto dos lábios, contém a semente incorruptível. 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
A missão dos pacificadores não é fácil. Eles sofrerão perseguições, mas o reino dos céus pertence a eles.
A perseguição é por causa da justiça de Deus expressa no evangelho. Os bem-aventurados não serão perseguidos por questões humanas, mas por causa da mensagem de Cristo, que é a justiça de Deus aos homens “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença” Rm 3: 21.
O motivo da perseguição dos pacificadores é por causa de Cristo, a justiça de Deus aos homens.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Jesus para de falar das bem-aventuranças ao apontar para os seus discípulos.
Os discípulos deveriam entender que eram bem-aventurados quando sofressem injurias e perseguições. É uma alegria ser participante das aflições de Cristo.
Através das bem-aventuranças Jesus estava se apresentando ao povo, visto que todas elas fluem de Cristo. Em Cristo está estabelecido a alegria dos povos e das nações.
Mesmo quando perseguido e injuriado o bem-aventurado é bem-aventurado: a felicidade transcende desta vida para a eterna. Estevão se alegrou ao ver a face do Senhor!
Não são as perseguições ou as agruras desta vida que tornam um homem bem-aventurado. Problemas fazem parte do cotidiano. A bem-aventurança decorre do evangelho de Cristo, pois Cristo é que concede aos homens a condição de alegria em Deus.
Após anunciar as beatitudes, Jesus demonstrou que somente os seus seguidores alcançam a verdadeira felicidade "Bem-aventurado sois vós..." Mt 5: 11.
A verdadeira alegria pertence aqueles que, por causa de Cristo, haveriam de ser perseguidos e injuriados "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" I Tm 3: 12.
Todos quantos estiverem em Cristo serão perseguidos, mas, além de estarem de posse das bem-aventuranças, deveriam exultar por causa do galardão guardado nos céus. Que privilegio e que alegria! Ser perseguido como foram perseguidos os profetas do passado e ainda ter direito a um grande galardão guardado nos céus (v. 12)!
Cristo declara que os seus seguidores, além de serem bem-aventurados e de possuírem galardões guardados nos céus, também são o sal da terra.
Em que aspecto os seguidores de Jesus são o sal da terra? Os seguidores de Cristo conservam o padrão das sãs palavras do evangelho. Mediante a ação do Espírito Santo os cristãos guardam-na em bom depósito II Tm 1: 13.
A palavra de Deus é alimento que dá vida aos homens, e os seguidores de Cristo também desempenham a função do sal: torna agradável ao paladar (ouvidos) o alimento (evangelho).
O cristão quando anuncia o evangelho não está fazendo a 'obra' de Deus, como alguns pensam realizar.
A obra de Deus é a de conceder vida, e vida em abundância, e homem algum realizará está obra, que é exclusiva de Deus "Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento" (I Coríntios 3 : 7).
Não foi dado aos seguidores de Cristo fazer a obra que é realizável somente por Deus "Que faremos para executarmos as obras de Deus?" Jo 6: 28.
Os seguidores de Cristo podem se oferecer como libação sobre o sacrifício, mas nunca realizarão a obra de Deus "E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós" Fl 2: 17.
Os bem-aventurados são sal por ter a função de dar sabor agradável, o que torna agradável aos homens a mensagem do evangelho.
O apóstolo Paulo preocupou-se muito com estes aspectos ao pedir que orassem por ele "Orai também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do ministério de Cristo, pelo qual estou preso. Orai para que o manifeste como devo fazer" Cl 4: 3- 4.
Os cristãos devem andar em sabedoria para os que estão de fora, aproveitando bem cada oportunidade para proclamar o evangelho. Para isso a palavra do Cristão deve ser temperada com sal! Qual palavra deve ser temperada? A palavra (mensagem) do evangelho.
O andar do cristão, ou a resposta conveniente são elementos que 'temperam' a palavra do evangelho aos que são de fora.
O apóstolo Pedro faz referência aos bem-aventurados e a perseguição em decorrência do evangelho: "Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte" I Pd 13- 16.
Caso o cristão não desempenhe a função do sal, com que se há de salgar? Todos quantos se dizem seguidores de Cristo devem estar cônscios de sua condição. Se o cristão não desempenhar o papel para qual foi comissionado, resta ser lançado fora e servirá de pasto aos homens.
O cristão deve ter muito cuidado para não confundir: 'ser pisado pelos homens' e o 'ser bem-aventurado por sofrer perseguições'. Quando os cristãos são perseguido por causa do evangelho é bem-aventurado, mas, haverá aqueles que padecem por se intrometer em negócios alheios, etc.
O Cristão é a luz do mundo, pois é filho da Luz  "Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz. Estas coisas disse Jesus e, retirando-se, escondeu-se deles" (João 12: 36). Os discípulos eram luz no Senhor, visto que, creram em Cristo.
Sendo luz no mundo, isto indica que, tal qual Jesus é, os discípulos o eram neste mundo "... porque, qual ele é, somos nós também neste mundo" I Jo 4: 17.
A função dos seguidores de Cristo é a de conceder luz ao mundo (casa) que está em trevas.
Os seguidores de Jesus tornam-se luz, por serem nascidos da Luz (regeneração). Agora, na condição de filhos da luz, os nascidos de novo devem comportarem-se como filhos "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no SENHOR; andai como filhos da luz" (Efésios 5: 8).
Quem é nascido de novo deve comportar-se de modo digno da vocação para qual foi chamado, ou seja, não deve portar-se como andam os outros gentios Ef 4: 1 e 17.